quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
O que é desenvolvimento sustentável?
Resíduos sólidos: Caxias do Sul se mobiliza para melhorar manejo
A assinatura de um protocolo de intenções marcou, na manhã desta terça-feira (30), o início da construção de um plano para a cidade de Caxias do Sul melhorar seu manejo de resíduos sólidos. A assinatura do documento e a mobilização da comunidade para discutir o novo modelo são parte das ações do programa Água Brasil, concebido pelo Banco do Brasil e desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil, Agência Nacional de Águas e a ONG ambientalista WWF-Brasil.
O protocolo foi assinado pelo prefeito municipal, José Ivo Sartori, o superintendente do Banco do Brasil em Caxias do Sul, Rosélio Arnoldo Furst, o gerente de parcerias, articulações e tecnologia social da Fundação Banco do Brasil, Jéfferson D’Avila de Oliveira, e o coordenador do programa Educação para Sociedades Sustentáveis do WWF-Brasil, Fábio Cidrin.
A cerimônia de abertura ocorreu na abertura de oficina participativa para construção do plano de coleta seletiva, consumo consciente e reciclagem de Caxias do Sul, município de 435 mil habitantes localizado na Serra Gaúcha. “Queremos que a própria comunidade construa o plano que teremos para a cidade”, diz Fábio Cidrin. “Com base na análise de diagnóstico, parcialmente concluído, vamos começar a formatar este plano para a cidade, com a participação de todos os interessados”, diz o especialista. “É muito importante que todos participem. Dessa maneira, o plano poderá representar democraticamente a diversidade e a riqueza de opiniões da população de Caxias do Sul”, acrescentou.
O plano deverá apontar ações e iniciativas para aprofundar e qualificar o sistema de coleta seletiva existente na cidade há 20 anos, que se destaca no país como um dos mais antigos e mais eficientes. “O município de Caxias do Sul desenvolve excelente trabalho em termos de reciclagem. Por isso, tem sido referência no país e para todos nós. Caxias se antecipa à obrigatoriedade de cumprir a legislação vigente”, disse Furst, referindo-se à Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada no ano passado.
A lei estabelece, entre outras exigências, que os municípios tenham aterros sanitários, em lugar dos lixões existentes na maioria dos municípios. Os aterros sanitários, diferentemente dos lixões, não contaminam o solo nem a água, porque são impermeabilizados e seus efluentes são tratados. Outra exigência é que só cheguem ao aterro sanitário, a partir de 2014, materiais considerados “rejeitos”. Todo o resíduo reciclável e toda a parcela orgânica do lixo devem ser reaproveitados.
O prefeito José Ivo Sartori informou que o total de material reciclável coletado diariamente pela prefeitura chega a 90 toneladas. Nem todo este material, porém, é aproveitado pelas associações de catadores, para onde este tipo de resíduo é encaminhado. A população ainda dispõe rejeitos e orgânicos junto com o material reciclável, o que prejudica seu reaproveitamento. Além disso, em alguns casos, as associações não conseguem absorver todo o volume recolhido na coleta seletiva. O aterro sanitário de Caxias do Sul recebe cerca de 320 toneladas de resíduos a cada dia.
“Nosso plano de trabalho deve estudar gargalos, oportunidades e adaptações necessárias. Também queremos incluir campanhas e iniciativas de comunicação e conscientização, de maneira a obter ainda mais apoio da população”, disse Fábio Cidrin.
A oficina participativa se estende até o final da tarde desta quarta-feira (31), no auditório do Bloco 46 da Universidade de Caxias do Sul.
Os avanços obtidos em Caxias do Sul poderão ser replicados para outros municípios. O Programa Água Brasil desenvolve ações relacionadas a consumo consciente e reciclagem em cinco municípios piloto, localizados nas cinco regiões brasileiras. Além de Caxias do Sul, as ações se dão em Belo Horizonte (MG), Natal (RN), Pirenópolis (GO) e Rio Branco (AC).
Renovável para um futuro limpo
Alimentar o mundo com energia renovável é bom, bonito e se torna mais barato a cada dia. Essa é uma das conclusões de um relatório que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado a ONU, lança hoje.
O documento se debruça especificamente no mercado de renováveis, como forma de reduzir as emissões de gases-estufa ao mesmo tempo que alimenta o mundo com energia: apenas 2,5% de todas as fontes renováveis disponíveis no mundo seriam suficientes para suprir 80% da demanda mundial em 2050, e isso com as tecnologias existentes hoje.
O relatório, conhecido como SRREN (sigla em inglês para Relatório Especial sobre Fontes Renováveis de Energia), já nasce como o documento-base a ser usado pelos países para nortear decisões de investimento neste setor. Nesse sentido, o IPCC dá um recado: para aproveitamento do potencial, é preciso avançar em políticas energéticas voltadas ao mercado, com retirada de barreiras comerciais que hoje impedem seu crescimento e criação de incentivos financeiros diferenciados.
“Esse é um convite aos governos para começar uma revisão radical de suas políticas e colocar a energia renovável no centro das atenções”, afirma Sven Teske, diretor da campanha de Renováveis do Greenpeace Internacional, e um dos autores principais do estudo. O cenárioRevolução Energética, produzido pelo Greenpeace em parceria com o Conselho Europeu de Energia Renovável (Erec) e a Agência Espacial Alemã (DLR), foi escolhido como um dos balizadores do SREEN.
O cenário já foi adaptado para a realidade do Brasil, um dos países com maior potencial em renováveis. “O potencial eólico nacional pode atender ao triplo da demanda atual do brasileiro e o solar pode atender a até 20 vezes a demanda energética atual”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha no Brasil. “Apesar do bom momento do crescimento eólico no país, as demais fontes renováveis não apresentam quadros animadores por conta de falta de políticas de incentivo e priorização. O Brasil ainda precisa fazer essa lição de casa.”